quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Não comas o marshmallow

A consciência de si pressupõe a auto-organização da nossa conduta, dos objetivos e potencialidades. Esta força autorreguladora permite que possamos adiar gatificações imediatas (satisfação das necessidades) em favor de objetivos a longo prazo (realização de projetos).
Um dos primeiros e mais célebres estudos sobre esta temática foi realizada na década de 1960 quando o psicólogo Walter Mischel deu início a um importante projeto experimental que pretendia avaliar o autocontrolo e a capacidade das crianças para adiar gratificações.
Realizadas as investigações sobre a personalidade e conhecidas como o teste dos marshmallows, as experiências de Mischel implicavam o seguinte desafio: uma criança  de 4 anos é levada por um adulto para uma sala. Passados alguns instantes, o adulto diz à criança que precisa de se ausentar, e nessa altura é proposto à criança um prémio consttituído por duas guloseimas, se conseguir aguardar pelo regresso do adulto. Caso não consiga esperar, ganha apenas uma, mas imdediatamente.
Qual a probabilidade de uma criança resistir a este desafio? Aos 4 anos, poucas crianças aos 15 ou 20 minutos de espera. Por isso, a maioria das crianças (duas em cada três) apoderou-se da única goluseima. Quanto às crinaças que conseguiram vencer a tentação, usando várias estratégias (tapar os olhos, olhar para o teto) para tentar lutar contra o impulso de comer.

Miscel conclui que as crianças que conseguiram esperar pela segunda guloseima utilizaram estratégias de autoproibição e eautodistração, o que indicava que o autocontrolo tinha mais a ver com as estratégias e esforço consciente do que com um comportamento natural das crinaças.  


quarta-feira, 19 de abril de 2017

O Realismo do pintor Impressionista E. Manet

Este quadro causou um verdadeiro escândalo. O modo provocante como a mulher nua olha para o espectador, representa a característica mais relevante desta obra.


sábado, 1 de março de 2014

A pintura de Fernando Botero, pintor e escultor colombiano da atualidde

Fernando Botero, pintor que expressa na sua obra, a monumentalidade, o humor a ironia e a ingenuidade que se combinam num admirável talento artístico.
 
A janela (1997) - A obesidade infantil é hoje um problema epidémico com consequências físicas e psicológicas graves. A família tem um papel fundamental na sua prevenção, já que alguns dos maiores fatores de risco estão claramente identificados: erros graves alimentares e sedentarismo. Os psicólogos procuram educar as famílias para os perigos da obesidade no desenvolvimento, mas não podem obrigar as famílias e os jovens a alterar atitudes e comportamentos. 


 
 
Botero colocava na sua obra uma representação social alarmante, a obesidade está muito próximo de atingir os 50% da população. A sua pintura expressa de uma forma expressiva essa realidade preocupante para a sociedade atual.
 
 
 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Harlow e as experiências com primatas


Harlow realizou experiências com macacos, separou os macacos recém-nascidos das suas mães e, para verificar se o conforto era mais importante que o alimento para a vinculação, colocou-os sucessivamente numa jaula com duas mães-substitutas artificiais: uma feita de arame e com um biberão preso à zona do peito; outra feita de tecido felpudo suave e macio, mas sem qualquer fonte de alimentação. Harlow pretendia saber quanto tempo os macacos recém-separados das suas mães biológicas passariam junto da mãe artificial equipada com um biberão. Harlow verificou que os jovens animais estabeleciam facilmente um vínculo com a “mãe de veludo”, permanecendo a maior parte do tempo abraçados a ela e procurando o conforto que a “mãe de arame” não lhes podia dar. Mesmo quando sentiam fome ou queriam explorar objectos das imediações, tentavam uma posição que lhes permitisse não perder o contacto com a mãe mais confortável.

A necessidade de contacto aconchegante era uma base mais forte para a formação de um vínculo do que a satisfação da fome ou da necessidade de sucção. E por outro lado, a mãe felpuda fornecia uma base de segura a partir da qual o macaco-bebé podia explorar o meio ambiente. Harlow introduziu uma nova variante, um urso gigante de peluche que produzia um barulho arrepiante ao bater num tambor. Amedrontados, os pequenos macacos fugiam e refugiavam-se junto da “mãe” de tecido felpudo, não procurando a “mãe” de arame.

 
Harlow concluiu que , após estabelecido o vínculo com a mãe, esta funcionava como símbolo de protecção, capaz de evitar o sentimento de medo face a situações estranhas.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012


As relações precoces – Hospitalismo


O “Hospitalismo” de René Spitz


René Spitz, psiquiatra infantil com formação psicanalítica, desenvolveu um conjunto de pesquisas em crianças que, durante os primeiros doze meses de vida, permaneceram um período prolongado numa instituição hospitalar ou num orfanato, privadas da presença da mãe. Estudou as consequências e concluiu que os bebés apresentavam perturbações somáticas e psíquicas como resultado da ausência completa da mãe numa instituição em que os cuidados são administrados de forma anónima, sem que se estabeleçam laços afetivos. Do ponto de vista do cuidado físico, estavam asseguradas as condições fundamentais de higiene e de alimentação; do ponto de vista afetivo, constatou uma carência afetiva total, porque cada adulto tinha à sua guarda várias crianças.

Spitz designou por Hospitalismo o conjunto de perturbações vividas por crianças institucionalizadas e privadas de cuidados maternos: atraso no desenvolvimento corporal, dificuldades na habilidade manual e na adaptação ao meio ambiente, atraso na linguagem. Constatou que é menor a resistência às doenças e que, nos casos mais graves, pode ocorrer a apatia. Os efeitos do Hospitalismo, presentes nas crianças que foram abandonadas em orfanatos ou asilos, são duradouros e muitas vezes irreversíveis.

Com as investigações Spitz confirmou a necessidade de laços e de contatos afetivos entre o bebé e o adulto, especialmente entre a mãe e o filho; a sua ausência pode conduzir a perturbações emocionais, comportamentais e desenvolvimentais graves.

Recentemente, as suas conclusões foram confirmadas por estudos desenvolvidos nas crianças encontradas nos orfanatos romenos, sobrelotados, depois da queda de Ceausescu, na Roménia, em 1989. A maior parte das crianças com 2 e 3 anos não conseguia andar ou falar, manifestando um comportamento passivo sem manifestação de emoções.

 

quinta-feira, 3 de maio de 2012


O conceito geral de saúde


A psiquiatria apresenta-se como ciência médica que tem como principal objecto de estudo a doença psíquica. Neste sentido, importa referir as características e as limitações de tal objecto de estudo. Por conseguinte, pode-se afirmar que não é fácil definir o conceito de doença em psiquiatria.

No campo da psiquiatria pode-se afirmar que cerca de 10% da população geral pode apresentar traços característicos de electroencefalográficos de tipo disrítmico sem que muitos deles manifestem sintomatologia clínica actual ou alterações evidentes de comportamento. Significa isto que os conceitos gerais de normal e de patológico variam consoante o critério que se tem em vista.  Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito "saúde", mais do que ausência de doença, representa uma situação de completo bem-estar físico, psíquico e social. Inclui também a adequação do sujeito individual ao meio em que está inserido. Mais do que uma situação estática, resulta duma contínua intenção individual no sentido de gerir a afectividade, evitar atitudes e hábitos nocivos, e fazer vigiar regularmente certos parâmetros clínicos e analíticos. A OMS com esta definição veio complicar mais os problemas de definição de saúde. Com esta definição pode-se chegar a um outro sentido, em que a doença seria todo e qualquer estado que se afaste do completo bem-estar geral, ou seja, em que uma situação de completo bem estar físico, mental e social se encontra ausente.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Saúde e comportamento

Saúde Psicológica e patologia do comportamento

A compreensão de comportamentos patológicos pressupõe uma concepção de conduta sadia. Contudo, a distinção entre saúde e doença é, por vezes, muito confusa. Os especialistas interrogam-se acerca do significado de saúde psicológica ou mais precisamente de saúde mental.

Assim deparamos com duas concepções de saúde mental:

  • Negativa – a saúde psicológica  é uma situação da qual estão ausentes reacções patológicas
  • Positiva – a característica distintiva da pessoa saudável não é a de estar livre de respostas patológicas, mas a de que o seu comportamento, incluindo o modo de viver e de encarar a vida, é saudável e bom.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Modelo Preventivo em Saúde

A saúde mental preventiva corresponde a uma atitude de investigação e de intervenção que se define por quatro características principais:

 
  • Prevenção primária: (profilaxia) compreende a promoção da saúde, isto é, as condições gerais de higiene e toda a profilaxia da doença de que o exemplo clássico é a vacinação. O objectivo da prevenção primária é evitar o aparecimento da doença, diminuindo o risco de adoecer mentalmente.

  • Prevenção secundária: (diagnóstico e tratamento precoces) consiste essencialmente no diagnóstico e tratamento precoces e o seu objectivo é a prevenção de complicações ou agravamento de perturbações já diagnosticadas.

  • Prevenção terciária: (rápida inserção sócio-profissional com minimização dos efeitos da doença. A prevenção terciária consiste na reabilitação e reinserção social da pessoa.

  • Prevenção quaternária tem por objectivo, por um lado, evitar a patologia do doente e, por outro lado, o hospitalismo em hospitalizações prolongadas e crónicas.

Perspectivar a Saúde Mental em termos preventivos corresponde a ligá-la a:

·         Às equipas de saúde materna e infantil – Obstetrícia e Pediatria

·         Às equipas médico-cirúrgicas no caso do doente adulto e da 3ª idade

·         À comunidade – Saúde Mental Comunitária – através de uma articulação funcional com outras estruturas: família, escola, associações culturais, recreativas, desportivas, etc.

A Psiquiatria


A PSIQUIATRIA NA HISTÓRIA

Longa tem sido a trajectória da Psiquiatria e penosa a sorte do doente mental. Sucessivamente objecto de perseguição e segregação como acontecera com outras doenças como, por exemplo, a lepra, o doente mental adquiriu lentamente o direito de ser considerado doente e, como tal, de ser tratado. Inicialmente excluído da sociedadeé ao nível da sua reintegração social que se situa, posteriormente, um dos aspectos mais importantes  da atitude terapêutica.

Quatro grandes revoluções marcam a evolução histórica da Psiquiatria:
  1. No final do século XVIII, Pinel, em França, separa o doente mental dos presos de delito comum, dando assim ao doente mental o direito de ser tratado em vez de ser punido como até aí.
  2. No final do século XIX e princípios do século XX Freud chama atenção para as manifestações do inconsciente.
  3. Em 1950 introduzem-se os psicofármacos.
  4. 1960 marca a 3.ª grande revolução: a passagem da psiquiatria tradicionalmente curativa à psiquiatria preventiva, revolução que, aliás, não aconteceu apenas na psiquiatria mas em toda a medicina. À preocupação centrada sobre a doença e o seu tratamento opõe-se assim a preocupação com a saúde, isto é, o bem-estar físico, psicológico e social da pessoa tal como o define a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Esta evolução corresponde a uma dupla realidade:


  • Foi o tratamento do doente adulto que dominou a psiquiatria durante longos anos, até porque, em termos sócio-económicos, era o adulto, enquanto membro activo e produtivo da sociedade e como chefe de família, que preocupava mais os responsáveis dos países.

  • A evolução das ideias em que o centro do problema se desloca da doença para a saúde e em que a preocupação da prevenção passa a impregnar todo o pensamento médico.

O objecto de estudo e de intervenção desloca-se assim:

- da doença para a saúde
- da pessoa para o grupo e comunidade
- do tratamento para a prevenção
- do técnico para a equipa.


O médico Francês Philippe Pinel (1745-1826) nomeado responsável pelo sistema hospital parisiense. Pinel removeu as correntes dos doentes mentais.


    quarta-feira, 5 de outubro de 2011

    PSICOPATOLOGIA

    ANSIEDADE


     A ansiedade é hoje uma palavra muito familiar. A nossa era foi descrita como a “era da ansiedade”Muitas pessoas insistem que a ansiedade resulta das “pressões da vida moderna”, que tem aumentado durante as últimas décadas.

     A ansiedade é uma reacção geral, um sentimento de ameaça não clara e especificamente ligado a qualquer indício manifesto.
    As pessoas que sofrem de reacção de ansiedade queixam-se habitualmente de nervosismo geral e de alto grau de tensão, cansaço fácil, ritmo cardíaco irregular, dor no peito, desmaios, etc.

     A ansiedade está estritamente ligada com aquilo que nós chamamos medo, a linha divisória não é muito nítida. Mas não se pense que toda a ansiedade é perniciosa, uma dose apropriada pode ser útil (um motorista ansioso no respeitante aos perigos de condução terá todos os cuidados).    

    AS FOBIAS

     As reacções fóbicas diz-se que a pessoa com um medo excessivo na ausência de qualquer perigo real. As fobias mais comuns são:

     ·         Aerofobia – medo dos lugares altos
    ·         Claustrofobia – medo de lugares fechados
    ·         Agorafobia – medo de espaços abertos
    ·         Misofobia – medo da sujidade ou da contaminação
    ·         Melissofobia – medo das abelhas
    ·         Homilofobia – medo dos sermões
    ·         Onomatofobia – medo dos nomes

    Embora as fobias sejam fáceis de denominar, são muitas vezes difíceis de explicar.


    segunda-feira, 14 de março de 2011

    terça-feira, 4 de janeiro de 2011

    PSICOPATOLOGIA - A Neurose

    A neurose é um termo muito geral que pode abranger uma quantidade de situações muito diferentes, no entanto, todos os neuróticos têm um problema comum: não conseguem adaptar-se a si próprio e ao mundo.

    Dollar e Miller contribuíram para aprofundar o conhecimento da patologia do comportamento, descrevem o neurótico como uma pessoa “que não faz uso das oportunidades óbvias de satisfação que a vida lhe oferece”. Segundo os autores citados, os neuróticos podem distinguir-se por tês sinais comuns:

    ·    Sentem-se infelizes
    ·    Comportam-se estupidamente, isto é, irracionalmente, porque têm conflitos para resolver
    ·    Apresentam vários sintomas que os identificam


    As neuroses são classificadas com base nos sintomas dominantes, podemos, desse modo,  identificar as suas várias formas.